quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Inspeção de Instalações Elétricas

Por Eng. Paulo E. Q. M. Barreto*
Este artigo aborda os procedimentos que devem ser adotados pelo instalador, durante e/ou após a conclusão da execução de uma instalação elétrica. Tem como objetivo identificar eventuais irregularidades na instalação antes de energizá-la e entregá-la formalmente ao usuário, além de documentar o que foi executado para salvaguardar os seus interesses quando houver ocorrência de acidente ou ação judicial.
Com esse procedimento, atende-se ao que estabelece a norma técnica ABNT NBR 5410, a Norma Regulamentadora nº 10 (NR-10) do Ministério do Trabalho e Emprego e a recente Instrução Técnica nº 41 (IT-41) do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
Para que uma empresa esteja em dia com a NR-10, sua instalação elétrica deve estar em conformidade com a NBR 5410 (entre outras normas). Isso só poderá ser certificado após a realização de inspeção. A documentação resultante dessa inspeção (Relatório de Inspeção) irá compor o Prontuário das Instalações Elétricas exigido pela NR-10.
Além disso, o Atestado de Conformidade constante da IT-41 só poderá ser emitido após essa inspeção, para que a instalação esteja apta à vistoria dos Bombeiros.
Requisitos
A norma NBR 5410 estabelece importantes requisitos para segurança do usuário e do instalador, dos quais se destacam:
1. Antes de iniciar a execução de qualquer instalação elétrica, deve-se ter o correspondente projeto, elaborado por profissional habilitado (que possua registro no CREA– Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) e, além disso, ser qualificado para o trabalho em questão; ou seja, não basta o profissional ter o registro no CREA, mas também deve possuir o devido conhecimento e experiência no assunto;
2. Depois de concluída a instalação, o projeto deve ser revisado e atualizado, de forma a corresponder fielmente ao que foi executado, e assim se transformar em documentação "como construído" (as built);
3. Qualquer instalação nova, ampliação ou reforma de instalação existente deve ser inspecionada e ensaiada, durante a execução e/ou quando concluída, antes de ser colocada em serviço pelo usuário, de forma a se verificar a conformidade com as prescrições da norma;
4. As verificações devem ser realizadas por profissionais habilitados e qualificados, e os resultados devem ser documentados em um relatório.
Essa verificação das condições da instalação, antes de entregá-la formalmente, deve ser realizada em qualquer tipo de empreendimento, desde uma simples casa até uma indústria de grande porte.
O instalador deve realizar os procedimentos de verificação estabelecidos nas normas como parte do processo de conclusão e entrega da obra, não apenas por questões formais de atendimento às exigências citadas. Isso serve também para documentar exatamente o que foi realizado pelo instalador, de modo que ele não tenha que assumir responsabilidade por alterações que venham a ser feitas por outras pessoas na mesma instalação.
Trata-se de uma etapa importante do processo de execução, que não deve ser negligenciada ou tratada de forma superficial, ou mesmo delegada a quem não tenha experiência suficiente em inspeções, sob pena de causar prejuízos financeiros e não obter os efeitos desejados. Trata-se de segurança de ordem técnica e jurídica.
A "entrega formal" da execução de qualquer instalação elétrica é feita pelo instalador, mediante o fornecimento da correspondente documentação como construído (as built) e do Relatório de Inspeção. Sem esses documentos, além de existir a possibilidade de questionamento da conclusão da instalação, o instalador ficará sem a mencionada segurança documental.
É necessário ressaltar que, nesse contexto, o correto é designar o documento como "Relatório de Inspeção" e não como "laudo" das instalações, como ocorre habitualmente.
Procedimentos
A verificação final das instalações elétricas estabelecida pela NBR 5410 compreende as seguintes etapas:
1. Recebimento da documentação "as built";
2. Avaliação dessa documentação;
3. Realização da inspeção visual;
4. Realização dos ensaios;
A documentação "as built" deve ser entregue a quem for realizar a verificação final, que, antes de ir ao local da obra, fará uma pré-avaliação de conformidade com base nas informações constantes nessa documentação. Posteriormente, já no local da obra, deverá anotar eventuais incompatibilidades entre o que estiver documentado e o que for encontrado instalado.
A inspeção visual deve ser realizada antes dos ensaios e tem por objetivo verificar se os componentes da instalação elétrica estão em conformidade com as respectivas normas, se foram corretamente selecionados e instalados de acordo com as prescrições da NBR 5410 e se não possuem danos visíveis.
A verificação da conformidade de cada componente é feita, por exemplo, pela própria indicação da norma no invólucro do produto. Já para os casos de produtos sujeitos à certificação compulsória (ver Portarias do Inmetro), deve-se verificar se possuem a Marca de Conformidade (emitida por organismo acreditado pelo Inmetro).
Para desempenhar um bom papel e racionalizar o seu trabalho, o profissional encarregado da inspeção deve estar munido de formulários que ele deve desenvolver. Eles devem ser apropriados a cada tipo de instalação e de verificação, elaborados com base em requisitos normativos e em inspeções anteriores e que sirvam de referência para o desenvolvimento das tarefas, abrangendo todas as necessidades previstas. Caso seja necessário, o profissional poderá recorrer a serviços de consultoria, para o desenvolvimento dos formulários e procedimentos.
Dependendo do porte da obra e das características dos materiais e equipamentos utilizados, algumas etapas do processo de inspeção podem (e até devem) ser realizadas durante a execução, e não apenas ao final da obra.
A NBR 5410:2004 apresenta em 7.2.3 as verificações mínimas a serem realizadas como parte do processo de inspeção visual. São elas:
• Medidas de proteção contra choques elétricos;
• Medidas de proteção contra efeitos térmicos;
• Seleção e instalação das linhas elétricas;
• Seleção, ajuste e localização dos dispositivos de proteção;
• Presença dos dispositivos de seccionamento e comando;
• Adequação dos componentes e das medidas de proteção às influências externas;
• Identificação dos componentes;
• Presença das instruções, sinalizações e advertências requeridas;
• Execução das conexões;
• Acessibilidade;
Após a realização da inspeção visual e não havendo não-conformidades que possam alterar resultados de algum ensaio, parte-se para a realização dos ensaios mínimos previstos em7.3.1.1 da NBR 5410. São eles:
• Continuidade dos condutores de proteção e das ligações equipotenciais principal e suplementares;
• Resistência de isolamento da instalação;
• Resistência de isolamento das partes da instalação objeto de SELV, PELV ou separação elétrica;
• Seccionamento automático da alimentação;
• Ensaio de tensão aplicada;
• Ensaios de funcionamento
O Engenheiro Paulo E.Q.M. Barreto é sócio-diretor da BARRETO Engenharia Ltda., empresa que presta serviços e promove cursos da área de engenharia elétrica.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011



Soluções técnicas \ Home

3 Sistema elétrico subterrâneo




Conheça a configuração de um sistema de transmissão elétrica com eletrodutos e cabos enterrados




As redes de transmissão elétrica subterrâneas, em comparação às redes aéreas - que utilizam os postes para passagem dos fios - têm vantagens estéticas, pois eliminam os fios suspensos, e técnicas, já que a linha fica mais protegida contra intempéries. Na conversão de redes aéreas para subterrâneas, os eletrodutos e cabos elétricos podem ser enterrados em diversas configurações. Não há regulamentação do poder público quanto à forma de implantação e as próprias concessionárias seguem suas normas. Veja a configuração de um sistema de transmissão subterrâneo típico, segundo diretrizes da AES Eletropaulo:





1 Rede primária
A rede primária conduz a corrente elétrica em maiores tensões de distribuição. Geralmente, está enterrada no primeiro terço da via. Os cabos elétricos passam por dentro de eletrodutos de polietileno de alta densidade (PEAD), de 5" a 6" de diâmetro, enterrados diretamente no solo. Esses cabos são geralmente de alumínio, trifásicos, com isolamento EPR ou XLPE. A tensão depende muito do local da rede. Antes de adotar o atual procedimento de enterrar os eletrodutos diretamente no solo, a AES Eletropaulo os envelopava em concreto. A principal razão para praticamente abandonar o envelopamento foi a rapidez de implantação: estima-se que o ganho em velocidade é de duas a três vezes. Os eletrodutos da rede primária são enterrados a 80 cm da superfície, e procura-se manter 30 cm de distância da rede secundária e demais linhas de transmissão subterrânea.



2 Rede secundária
Na rede secundária, as tensões já costumam vir bastante reduzidas pelos transformadores. Os eletrodutos, de cerca de 100 mm de diâmetro, ficam enterrados sob o passeio entre 40 e 60 cm de profundidade. Os cabos elétricos que percorrem os eletrodutos também são de alumínio e têm isolamento tipo XLPE.




3 Câmaras para transformador e caixas de inspeção
Um sistema subterrâneo de transmissão elétrica, além dos eletrodutos, também abriga câmaras para transformador e caixas de inspeção. Essas caixas são, geralmente, monoblocos pré-fabricados em concreto armado. Para o transformador, costumam ter 5 x 2,5 m, com 4,5 m de profundidade. Já os pontos de inspeção têm, no geral, 4 x 2 m e 3,5 m de profundidade - a principal função dessas caixas é fazer derivação da rede, emendas e conexões, além de poderem receber a instalação de equipamentos de menor porte da linha.



Métodos de escavação e passagem dos fios
Os eletrodutos podem ser enterrados por meio de escavação de valas ou por métodos não destrutivos (MNDs). Com o uso dos MNDs, reduz-se as intervenções nas vias e danos aos solos, por exemplo. Um estudo de viabilidade determina se o procedimento é possível.



Tipos de sistema subterrâneo
Há vários tipos de sistema de transmissão elétrica subterrânea. O sistema secundário reticulado utiliza quatro alimentadores de média tensão - é um sistema antigo e, apesar de bastante confiável, tem custo de implantação elevado e forma de operação complexa. O sistema primário seletivo opera de forma parecida com o reticulado secundário mas, no padrão atual da AES Eletropaulo, utiliza apenas dois alimentadores - é um sistema muito usado em grandes empreendimentos como hospitais e shoppings. Em redes subterrâneas públicas em São Paulo, tem se utilizado geralmente o sistema radial com recursos - conhecido também como "anel aberto". Ele oferece boa confiabilidade e tem custo de implantação menor e operação mais simples do que os dois primeiros.















sábado, 24 de setembro de 2011

Esta cientista de 19 anos pode revolucionar a energia solar

GizModo
Publicado em 23 de Setembro de 2011


Aos 9 anos, Eden Full construiu seu primeiro carrinho movido a energia solar. Ela não parou por aí e seguiu inventando, especiamente depois de entrar na prestigiosa universidade de Princeton, que a ajudou a patentear um mecanismo simples, mas genial, que custa 10 dólares e promete aumentar a eficiência dos paineis solares em 40%. Hoje, ao vê-la explicando seu invento cheio de segurança do alto de seus 19 anos, ela me deixou com inveja. E bastante otimista.

Eden acabou de vencer o Startups for Good Challenge no Social Good Summit, e faturou 10 mil dólares para continuar o desenvolvimento da sua ideia. Não que ela precise de mais um incentivo. Só este ano, ela já ganhou outros 4 prêmios de inovação científica e seus advogados de patente (é sério, ela disse que tem) já fecharam acordos com grandes fabricantes para aproveitar sua ideia. Agora que tiramos o objeto de inveja, qual é a sacada genial de Eden?

Os painéis solares rendem mais quando recebem os raios de sol perpendicularmente, então o ideal é que eles acompanhem a trajetória do Sol no céu, como girassóis. Isso já acontece em alguns modelos, mas é preciso de energia (diminuindo a eficiência) e algum tipo de motor. O protótipo de Eden, chamado “SunSalute” (saudação ao Sol), segue a luz perfeitamente durante o dia, sem necessidade de eletricidade extra. A mágica está em fazer a estrutura desigual, com um lado mais pesado, e um sistema de metais e molas que se comprimem e expandem dependendo da hora do dia e o vento, permitindo a movimentação. A grande sacada é que o comprimento dos mecanismos internos está relacionado à latitude do lugar onde as células fotovoltáicas são implantadas, já que a trajetória do Sol é diferente no norte do Canadá e no centro da África, por exemplo. Se seu inglês está bom, veja quando ela apresentou a ideia pela primeira vez, em 2009:

Eden foi para o Quênia este ano testar alguns protótipos, e eles funcionaram muito bem. O painel que ela pensou é relativamente pequeno, tem estrutura de bambu e é um sexto do preço do normal. Ela está refinando o protótipo para implementar 3 modelos diferentes em 2012, para que o sistema de molas dure mais tempo (atualmente precisa ser trocado 3 vezes por ano).

Ao final da sua palestra que explicou vários detalhes, perguntaram à garota se ela não tinha medo de roubarem a sua ideia – ela entrou com pedido de patente, mas ainda não foi concedida. Risonha mas não muito modesta, ela explicou que a propriedade intelectual “está na calibragem para cada latitude. Se você roubar meu protótipo no Quênia ele não vai funcionar na Itália. Só eu sei.” Mas e se alguém descobrir a lógica? Na pior das hipóteses, o mundo chegará antes à meta de produzir energia limpa. O que é na verdade o sonho dela. Nada mal.

* O Gizmodo viajou a Nova York para o Social Good Summit a convite da Ericsson, patrocinadora do evento. E está bem mais otimista em relação ao mundo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Aquecedores de piscina

Aquecedores de piscina


Veja como funcionam os principais sistemas de aquecimento de água de piscinas


Reportagem: Rodnei Corsini



As três formas de aquecimento de piscina mais usadas são o sistema solar, a gás e de bombas de troca de calor (que funcionam com energia elétrica). Esses sistemas são bem parecidos em seu esquema hidráulico, em que uma bomba leva a água da piscina até o elemento aquecedor, de onde retorna aquecida. Também são semelhantes no funcionamento do controle de temperatura - onde, basicamente, a temperatura da água na piscina é medida por sensores que fazem o sistema ser acionado ou desligado, mantendo o aquecimento no nível desejado. "A grande diferença está na fonte de energia que cada sistema necessita", diz Ronaldo Yano Toraiwa, engenheiro do Dasol - Abrava (Departamento Nacional de Aquecimento Solar da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento).

A temperatura ideal da água para prática de esportes costuma ser entre 26oC e 27oC; para lazer, de 29oC a 30oC; e para spas e fins medicinais, pode chegar a 32oC. No aquecimento, entretanto, a água é elevada a temperaturas mais altas do que isso - de 40oC a 45oC - porque depois ela irá se misturar ao grande volume de água da piscina, que se encontra a temperaturas mais baixas.

A potência necessária para o aquecimento da água pode variar, por exemplo, conforme a região do Brasil onde a piscina está instalada, se ela está em ambiente interno ou externo, se a piscina está "enterrada" ou em local com laje. Também é importante saber a área da superfície da água, que é a via pela qual se dá a maior parte da perda de temperatura.

Quanto à tubulação, grande parte das instalações utiliza o PVC, mas algumas também adotam o polipropileno. "Vemos o equipamento que vai ser usado e escolhemos uma tubulação com diâmetros compatíveis com ele", diz Dejair Luiz, diretor da área técnica da Hidráuli.

Toraiwa alerta para a qualidade do produto e da mão de obra de instalação: "É necessário conciliar bons produtos, etiquetados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), com uma boa instalação".

Divulgação: E2solar
Aquecedor solar

O que é: os coletores típicos são formados por mangueiras que passam por placas que ficam expostas ao sol. As placas podem ser feitas com polipropileno ou borracha de EPDM (na cor escura, para absorver melhor os raios do sol), ou com tubos de vidros especiais.

Funcionamento e características do sistema: a água é bombeada para dentro dos coletores, que transmitem o calor captado do sol, aquecendo-a. Os coletores solares são geralmente instalados em telhados e lajes, mas podem ser instalados no próprio chão, com inclinação e direção que busquem a melhor exposição ao sol. Geralmente o desempenho do sistema está ligado à condição de tempo ensolarado. Por isso, costuma-se empregar um sistema auxiliar, como bombas de troca de calor ou aquecedores a gás.

Como escolher: a quantidade e tamanho dos coletores são selecionados de acordo com a área de superfície da piscina. No País, conforme a região, entre outros fatores e orientações do projeto, esse dimensionamento varia de 50% a 120% da área da piscina para a área coletora. Ou seja, uma piscina com 100 m² de área pode demandar de 50 a 120 m² de coletores.

Daniel Beneventi

Apoio técnico: Dejair Luiz, diretor da área técnica da Hidráuli; Ronaldo Yano Toraiwa, engenheiro do Dasol - Abrava; e Bruno Batista, diretor de operações da E2solar.

Óculos de proteção

Óculos de proteção


Muitas das lesões oculares causadas nos canteiros provocam danos irreversíveis à visão. Saiba como escolher os óculos de proteção mais adequados a cada tipo de serviço


Reportagem: Juliana Nakamura


Dragon Fang/Shutterstock
EPI de uso obrigatório na maioria das atividades da construção civil, os óculos de proteção podem ser encontrados em diversos modelos. Com a entrada no mercado dos produtos importados, a variedade de opções disponíveis tornou-se ainda maior. Com isso, escolher o modelo certo acabou se transformando em uma tarefa complicada, mas que pode ser realizada com segurança se o comprador e o usuário observarem alguns itens referentes à qualidade dos produtos e à sua indicação de uso.

Antes de tudo é preciso saber em qual situação os óculos serão utilizados. Serviços de carpintaria, por exemplo, exigem equipamentos com características diferentes daqueles que serão empregados para realização de serviços de solda. Atividades em ambientes cobertos podem ser realizadas com óculos de proteção dotados com lentes transparentes. Já as realizadas sob a luz do sol precisam de óculos com lentes escuras. É importante identificar também se o produto deverá proteger o usuário contra partículas frontais ou multidirecionais. Nesse último caso será preciso utilizar produtos com proteção lateral, os chamados óculos panorâmicos", explica Antonio Vladimir Vieira, chefe dos laboratórios de ensaios em EPIs da Fundacentro.

Na hora da compra, a primeira coisa a ser conferida é se o número do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho (CA) está gravado na peça, assim como o número do lote, nome do fabricante e do importador, se o produto vier de outro país.

Cumprida essa etapa, é possível comparar as matérias-primas utilizadas na fabricação dos óculos. O policarbonato vem sendo cada vez mais usado, por ser mais leve e resistente que o vidro. Mas isso não quer dizer que óculos com lentes de vidro com tratamento óptico não possam ser utilizados com segurança.

A comparação entre os modelos existentes deve levar em conta, ainda, outras características, como o grau de proteção contra a luminosidade, se há ajustes nasais e telescópicos para maior conforto do usuário, se há tira elástica para prender o equipamento à cabeça e o tratamento dado às lentes (contra riscos, embaçamento, respingos, filtro UV etc.).

Importante lembrar que os óculos de proteção devem ser substituídos sempre que apresentar trincas, deformações, arranhados excessivos e sujeira incrustada.

Maior qualidade

A tendência é que a qualidade dos óculos de segurança disponíveis no mercado melhore quando esses equipamentos passarem a ser avaliados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Isso ainda não acontece, mas a publicação de uma norma brasileira de ensaios de óculos, atualmente em discussão, será o primeiro passo para a viabilização.

O que observar antes de adquirir óculos de proteção?

» Se o CA (Certificado de Aprovação) do Ministério do Trabalho e Emprego está gravado na peça;
» Se os óculos atendem à necessidade que a situação exige;
» Se os produtos são leves e confortáveis;
» Se há fissuras na armação ou riscos na lente;
» Se os óculos possuem cordão de segurança (para evitar que os óculos caiam);
» Se as lentes têm tratamento antirrisco (isso aumenta a durabilidade);
» Se a aplicação exige tratamento antiembaçamento das lentes.

Fonte: Danny.

Tipos de óculos mais comuns

Fotos: divulgação 3M
Óculos de segurança contra impactos

São utilizados para a proteção do globo ocular contra a projeção de materiais sólidos e perfurantes. Podem ter armação confeccionada com materiais diversos, como náilon, acetato de celulose e policarbonato.

Esse tipo de óculos é indicado para serviços diversos em que os olhos estejam expostos a pó e areia, como em atividades de carpintaria e serralheria, por exemplo.

Nesse grupo, há modelos como o da foto, com lentes em policarbonato, hastes emborrachadas e apoio nasal maleável para melhor conforto do usuário.

Fotos: divulgação 3M
Óculos de segurança panorâmicos ou ampla visão

Os óculos panorâmicos são utilizados para proteção ocular do usuário contra partículas de poeira em suspensão e produtos químicos. A armação pode ser confeccionada em polipropileno e borracha e deve se moldar perfeitamente ao rosto com ajuste regulável. São indicados para proteger o trabalhador em serviços que vão da demolição e perfuração de rochas ao manuseio de argamassas e cimento, entre outros.

Na hora de comprar um produto desse tipo é fundamental checar a adaptação da peça ao usuário. Um item importante é o sistema de ventilação indireta, que ajuda a evitar que as lentes embacem.

Divulgação: Hangzhou Kanghua
Óculos para serviços de soldagem

Os óculos para serviços de soldagem destinam-se à proteção ocular do usuário contra radiação ultravioleta emitida durante os serviços de soldagem e/ou corte a quente com maçarico.

As lentes para proteção contra soldagem devem estar marcadas com o número referente à sua tonalidade. O soldador deve usar a cor mais escura possível para cada tipo de solda. Para soldagem com tocha, a tonalidade da lente deve estar entre 1,5 e 3. A soldagem com arco elétrico requer proteção maior, de dez a 14 (o máximo possível).

Fotos: divulgação 3M
Óculos especiais

São chamados óculos de proteção especiais aqueles que possuem recursos adicionais para situações específicas de uso. Um exemplo são os óculos com hastes LED para melhor conforto em ambientes com pouca luminosidade. Esses equipamentos são indicados para serviços realizados em situações críticas, como em ambientes escuros (caso de escavação de túneis, por exemplo), onde haja necessidade de proteger os olhos contra impactos.

Sprinklers

Passo-a-passo

Sprinklers


Saiba como é instalada a rede de chuveirinhos automáticos contra incêndio


Reportagem: Heloísa Medeiros


Entre os sistemas de proteção contra incêndio de edifícios estão os sprinklers, chuveirinhos que são automaticamente acionados quando ocorre aumento exagerado da temperatura ambiente - indício de que algo está pegando fogo. A água então começa a jorrar sob alta pressão para apagar as chamas, evitando que elas se espalhem pela construção. Seu uso é determinado pela norma brasileira NBR 10897:2007 - Sistemas de Proteção Contra Incêndio por Chuveiros Automáticos, que traz a classificação de risco de acordo com o uso de cada edificação. A obra que fotografamos no passo-a-passo a seguir é um edifício que irá abrigar escritórios, consultórios médicos e odontológicos, por isso seu risco é classificado como baixo. Portanto, no projeto da rede hidráulica que irá servir à rede de sprinklers a opção foi pela utilização de tubulação de CPVC, mais resistente à pressão necessária da água exigida pelo sistema.

Segundo o engenheiro José Roberto Moreira, da Sanhidrel Cimax, empresa responsável pela instalação do sistema de sprinklers, é importante fazer a escolha adequada do modelo ainda na fase de projeto, levando-se em conta o desempenho, as condições de manutenção e especialmente os riscos e recomendações de segurança para cada ambiente. "Neste caso, por se tratar de uma instalação predial cujos prazos de execução são apertados, optou-se por uma instalação híbrida, composta por tubulações em aço carbono (prumadas, barriletes e subsolos) e CPVC em áreas de distribuição consideradas de risco leve (andares-tipo e mezanino,) em conformidade com a norma NBR 10897", descreve.

As vantagens da tubulação de CPVC são a execução rápida, a redução de mão de obra na instalação, pois a junção dos tubos e conexões é feita com um adesivo que praticamente solda as extremidades; a redução de manutenção, já que as peças não enferrujam; e a facilidade de refazer a distribuição dos sprinklers de acordo com a disposição do escritório. Acompanhe a seguir o passo-a-passo de instalação do sistema.

Materiais e epis

Fotos: Marcelo Scandaroli

Luvas, óculos, máscara, capacete, protetor auricular, nível de bolha, chave sextavada, trena, furadeira, cortador de tubos, serra, grifo, pano para limpeza, serra copo manual, lápis, tubos e conexões de CPVC, sprinklers e adesivo para colagem dos tubos.

Passo 1

Fotos: Marcelo Scandaroli

1 Confira as medidas especificadas no projeto antes de começar a fazer a marcação dos furos para fixação dos tubos na laje.

Passo 2

Fotos: Marcelo Scandaroli

2 Faça a medição com a trena e marque com um lápis os pontos de furação.

Passo 3

Fotos: Marcelo Scandaroli

3 Faça os furos nos locais demarcados.

Passo 4

Fotos: Marcelo Scandaroli

4 Fixe os suportes e atarrache com a chave sextavada.

Detalhe

Fotos: Marcelo Scandaroli

O suporte é dotado de uma rosca cônica que, ao ser apertada, se expande dentro da laje.

Passo 5

Fotos: Marcelo Scandaroli

5 Posicione a tubulação nos suportes e faça a limpeza das extremidades dos tubos, observando o alinhamento correto entre eles.

Passo 6

Fotos: Marcelo Scandaroli

6 Passe o adesivo especial para CPVC no interior da emenda e na extremidade do ramal principal.

Passo 7

Fotos: Marcelo Scandaroli

7 Encaixe a emenda no tubo e segure por 30 segundos até colar.

Passo 8

Fotos: Marcelo Scandaroli

8 Agora, passe o adesivo no interior da emenda e na extremidade do sub-ramal (pré-montado).

Passo 9

Fotos: Marcelo Scandaroli

9 Encaixe o sub-ramal na emenda e segure por mais 30 segundos.

Passo 10

Fotos: Marcelo Scandaroli

10 Repita o processo para unir o sprinkler ao tubo que será conectado à rede.

Detalhe

Fotos: Marcelo Scandaroli

O sprinkler é um chuveirinho que jorra água a alta pressão automaticamente quando detecta o aumento exagerado da temperatura no ambiente.

Passo 11

Fotos: Marcelo Scandaroli

11 Faça o mesmo para colar o tubo ao joelho do sub-ramal.

Passo 12

Fotos: Marcelo Scandaroli

12 Com o nível de bolha, confira o prumo.

Passo 13

Fotos: Marcelo Scandaroli

13 Instale a bomba para testar a estanqueidade e conferir se a instalação suporta a pressão da água. Neste teste, a pressão é uma vez e meia maior do que a pressão de trabalho.

Passo 14

Fotos: Marcelo Scandaroli

14 Depois de finalizados os testes e a limpeza do sistema, instale o sistema de forros, observando a furação das placas nos pontos onde ficarão os bicos dos sprinklers.

Passo 15

Fotos: Marcelo Scandaroli

15 O acabamento do bico do sprinkler esconde o furo feito na placa do forro.

Detalhe

Fotos: Marcelo Scandaroli

Depois de pronto, o sprinkler é um elemento discreto no acabamento do forro.

Apoio técnico: Jeneval Almeida e Antonio Pereira Júnior e engenheiros José Marcelo Ramos, Edson Rufino e José Roberto Moreira, da Sanhidrel Cimax; engenheiro Joel Stella e arquiteto Fernando Devito Cury, da obra do edifício Maurício Cukierkorn Office (Angélica V, em São Paulo).