quinta-feira, 18 de agosto de 2011


Localizado no centro de Lisboa, museu da eletricidade revela como foi o início da geração de energia em Portugal

Entre as ruas de paralelepípedo de Belém e o Rio Tejo está instalado o Museu da Eletricidade. Nesta região da cidade de Lisboa, conhecida por concentrar grande parte dos monumentos históricos de Portugal, o grande e antigo edifício impressiona aqueles que se interessam pela história da energia elétrica.

Considerado patrimônio público e cultural, o Museu da Eletricidade foi instalado no prédio que um dia abrigou a Central Tejo – antiga usina termoelétrica, pioneira neste tipo de geração de energia no país, e que por mais de quatro décadas alimentou o sistema de iluminação de Lisboa (saiba mais sobre a Central Tejo no conteúdo online). O museu é mantido pela Fundação EDP, que faz parte do Grupo Energias de Portugal (EDP), principal empresa do setor elétrico do país.

A usina recebeu o nome de Central Tejo por ter sido instalada às margens do Rio Tejo, e foi oficialmente desativada em 1975. Somente após 15 anos, em 1990, o edifício foi reaberto, mas desta vez como Museu da Eletricidade. Após dez anos, o edifício foi fechado para reforma e restauração do acervo de máquinas. Em 2006, o museu foi reaberto e passou a oferecer ao público novos recursos, que permitem ao visitante conhecer detalhes da história da energia em Portugal.


Tour elétrico

Durante a visitação, o público tem a oportunidade de conhecer dez estações, distribuídas pelos 9.600 metros quadrados do museu. Localizada na área externa do edifício, a Praça do Carvão era o local onde se depositava o carvão utilizado nas caldeiras da usina. Atualmente este espaço é o cartão de visitas do museu e, esporadicamente, funciona como uma sala de exposições a céu aberto. Nesta área também podem ser vistos equipamentos como o crivo (onde eram feitas as descargas do carvão), os silos misturadores (misturavam os diferentes tipos de carvão nas proporções certas) e as noras elevatórias (encaminhavam o carvão até as caldeiras).

É na Sala de Exposições – antes ocupada pelas caldeiras de baixa pressão –, que acontecem as mostras temporárias e os eventos anuais promovidos pelo Museu da Eletricidade. Os eventos realizados neste espaço nem sempre estão diretamente relacionados à eletricidade, mas todos têm como proposta promover a cultura portuguesa contemporânea.


Por mais de quatro décadas, usina foi a responsável pela alimentação do sistema de iluminação de Lisboa

Caminhos da eletricidade

Seguindo as etapas de geração termoelétrica de energia, na Sala das Caldeiras o visitante é surpreendido por quatro caldeiras de alta pressão de 30 metros de altura cada. Graças às adaptações realizadas durante a reforma, é possível entrar em uma delas para observar seus componentes internos. Este mesmo tipo de adaptação ocorreu com um dos dois grupos de turboalternadores da Sala dos Geradores.

Ainda na Sala das Caldeiras, há um histórico sobre a construção do edifício, que mostra as condições de trabalho vividas pelos funcionários da termoelétrica na época. Este mesmo tema é abordado de forma mais completa na Sala dos Cinzeiros, local onde se recolhiam as cinzas do carvão queimado.

Em homenagem aos antigos funcionários da Central Tejo, foi organizada na Sala dos Condensadores a exposição permanente "Rostos da Central Tejo", que apresenta fotos e vídeos das atividades desempenhadas na época. Neste espaço, também estão expostos os condensadores de refrigeração do vapor e as bombas que permitiam a drenagem da água do Rio Tejo.

Para oferecer aos visitantes uma noção clara dos diversos processos de geração de energia elétrica – termoelétrica, eólica, fotovoltaica e hidrelétrica –, uma das atrações interativas da Sala do Experimentar é o acionamento de dispositivos que simulam estes quatro tipos de geração. Ali o público tem a possibilidade de interligar estas formas de geração e, assim, compreender de que forma ocorre a conexão destas usinas à rede de distribuição.

Além de todos estes espaços, o Museu da Eletricidade conta ainda com a Sala da Águae a Sala das Máquinas. Nestas estações é possível observar por meio dos tubos pintados de várias cores os tipos de fluidos que circulavam por cada uma dessas redes: vapor seco, vapor úmido, água, etc. Outro espaço que compõe o Museu da Eletricidade é a Sala de Comando, onde eram monitorados os geradores, a subestação de energia elétrica e a distribuição da energia para a rede elétrica.

De acordo com a Fundação EDP, o museu tem recebido um número expressivo de visitações. Em 2010, cerca de 190 mil pessoas conheceram as instalações da antiga Central Tejo. Para 2011, o museu já conta com mais de dez exposições pré-agendadas, que deverão ajudar a atrair ainda mais visitantes.

Com 30 metros de altura, caldeiras de alta pressão impressionam o visitante, que tem a oportunidade
de conhecer o interior de
uma delas

Obrigado, parceiro eletricista!

Agradecemos ao participante do Prysmian Club Eletricista Profissional Rafael Luiz Duarte. Durante o ano de 2010, Rafael respondeu a seguinte pergunta da Ação Cultural:"Qual foi o lugar no Brasil ou no mundo que você visitou e que mais lhe proporcionou conhecimentos culturais?"A história enviada por Rafael nos incentivou a mostrar a todos os leitores da Revista Evolution as particularidades do Museu da Energia em Portugal.

Agradecemos também a participação de todos os eletricistas profissionais do Prysmian Club. Continuem participando, quem sabe suas ideias e sugestões também acabem se transformando em reportagens da Revista Evolution!


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